sábado, 1 de agosto de 2020

SONHO DE POETA

Adão de Souza Ribeiro

 

 

Dizem que o poeta não ama

Quem proferiu a blasfêmia?

Sofre calado por sua fêmea.

E a saudade arde em chama.

 

Passa tempo, dor não passa.

Assim vive ele só de ilusão

Fica em paz, não chora não

Da tristeza, vai achar graça.

 

Fêmea um dia virou mulher,

Bateu suas asas em revoada.

Mas há de voltar para a casa.

Pra amar aquele que a quer.

 

O poeta rabisca mil versos,

Nas páginas da sua tristeza

Sonhando com sua princesa

Em pensamentos submersos.

 

E então sonha, poeta, sonha,

Com a fêmea que te provoca

Ela é bela, mas não dondoca.

Chora e não tenha vergonha.

 

Está lá nas estrelas o destino

Escrito nesta folha de papel.

Haverá a reviravolta no céu

Ela será sempre tua, menino!

 

Peruíbe SP, 01 de agosto de 2020.