sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

CASINHA PEQUENINA

Adão de Souza Ribeiro


Há uma casa no morro
Que pede por socorro
Mas socorro para que
Se quem passa não vê.


De tristeza ela padece
Com chuva e com frio
A noite reza uma prece
De lágrima chora o rio.


Coberta de pau a pique
Todinha de chão batido
Na sua roupa tão chique
Guarda um amor sofrido.


Espia tímida pela fresta
Nas noites de lua cheia
Alegre bailar da floresta
Em terra distante, alheia.


 No corpo da casa vazia
Cabe de tudo um pouco
A paz, o sonho, a poesia;
Do poeta pobre e louco.
       

Peruíbe SP, 30 de janeiro de 2020