quarta-feira, 19 de outubro de 2022

MEU SERTÃO

 

Adão de Souza Ribeiro

 

De que adianta viver na cidade

E com os pés lá no meu sertão

Aqui sei que tudo é só vaidade

Lá a pureza mora no coração.

 

O rio que banha nosso campo

A lua que beija a noite calma.

Longe do sertão, sofro tanto,

Que até a saudade dói na alma.

 

No ipê o pássaro faz algazarra,

Para saudar o belo amanhecer

E lá no jardim cicia uma cigarra

Numa nostalgia linda de se ver.

 

Na cidade o tempo tem pressa,

Relógio da vida não para de girar

Que o progresso não se esqueça,

A noite descansa no colo do luar.

 

O sertão e minha cabocla linda,

Eu não troco por nada na terra.

Viver antes que a tarde se finda,

Na paz e alegria no alto da serra.

 

Lins SP, 19 de outubro de 2022.

 

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