Adão de Souza
Ribeiro
Menino, já é chegada a hora.
De deixar este pássaro voar,
Vem, abra depressa á
gaiola.
Quer ver a floresta e o mar.
Vê que até o canto é triste.
Já não tem mesmo encanto
A sua fome não é só alpiste
Fome de liberdade, portanto.
Canta pra espantar solidão,
Voa no espaço tão pequeno
O mundo é uma imensidão
Se errou, dá-lhe seu perdão.
Errou em cair na arapuca,
Paixão, a tal da armadilha.
Mente diz, coração retruca.
Faz da nossa vida uma ilha.
Menino se fosse aquela ave
Sem a fêmea e asa atrofiada
Queria a morte bem suave,
E da vida não levaria nada.
Peruíbe SP, 18
de outubro de 2021.
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