Adão de Souza
Ribeiro
Poeta é um agricultor velho e sábio
A semear em terras áridas e alheias.
Poesias que brotam dos seus lábios,
Como se fossem o mel das abelhas.
Com suor do seu corpo cansado ara
Longas noites e dias, a dor amarga.
E para ele, cada verso é uma seara.
Por que suporta a tamanha carga?
Sob sol a pino, planta seus versos,
Chora calado, não demonstra sofrer.
Paixão louca e o coração perverso
Faz da poesia o seu bem-me-quer.
Há que se perguntar ao semeador:
Onde na lida encontra força Poeta?
Cabisbaixo responde: É só na dor
Sou sonhador nada mais me resta.
Peruíbe SP, 21
de outubro de 2021.
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