domingo, 24 de novembro de 2019

BARQUINHO DE PAPEL


Adão de Souza Ribeiro

Um barquinho navega e flutua,
Nas ondas fortes e sem destino.
Querendo tocar a beleza da lua
E o velho sonho de um menino.

Não é uma vaidade e nem à toa
Que na leveza deste seu remar.
Nada leva da popa até sua proa
Apenas um bocado do sonhar.

Neste seu navegar mar à dentro
Encara a solidão e ondas bravias
Tuas velas, vela a vida e o vento,
Numa luta bravia, noites e dias.

Lá longe, na linha do horizonte,
Vê-se o barco desenhar sua rota.
No mar que um dia já foi ontem,
Viver navegando, é o que gosta.

Naquele frágil barquinho de papel
Que tanto ama e ninguém entende
Vai em paz com ele, tocar o céu
Ou atracar feliz, noutro continente.
 Peruíbe SP, 24 de novembro de 2019.

Nenhum comentário: