sábado, 3 de dezembro de 2011

TRISTE CANARIO

Há um canário triste, preso na gaiola
Enfadonho, com seu olhar no infinito
E canta e contempla e canta e chora
Sua melodia é dor, seu hino um grito.

Do pouco alpiste que ele se alimenta
O seu desejo de liberdade nada altera
Porque a vida caminha assim tão lenta
Como se tudo fosse sonho, e quimera.

Mas ele se alegra, pula, sofre e canta,
E espia ao longe a beleza da floresta.
Tem um coração bom e a alma santa,
Sonha em paz com o tempo que resta.

A melosa canção que entoa o canário,
Cujas estrofes, um dia, a vida escreveu
É o retrato fiel de um saudoso cenário
Que o tempo reservou-lhe, meu Deus!

Peruíbe SP, 03 de dezembro de 2011

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