domingo, 29 de setembro de 2024

O FIM DOS TEMPOS

 

Adão de Souza Ribeiro

Eu não sei porquê

O morro só chora

É chegada a hora

Mas ninguém vê.

 

A nuvem é fumaça

Natureza só lamenta

Planeta não vê graça

Terra arde esquenta.

 

O rio lento para, seca

O planeta vira cinza

Toda hora é incerta.

Deus não se brinca.

 

Homem com ganância.

Sofre, geme, não respira

Mas a morte à distância,

Não passará dos trinta

 

Lá longe, vê-se o escuro

Onde tudo era um verde

Resta vida atrás do muro

Futuro morrendo de sede

 

No sétimo dia da criação,

O planeta enfim se desfez

Ao rezar a última oração

Deus arrependeu de vez.

 

Peruíbe SP, 29 de setembro de 2024

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