Adão de Souza
Ribeiro
Eu não sei porquê
O morro só chora
É chegada a hora
Mas ninguém vê.
A nuvem é fumaça
Natureza só lamenta
Planeta não vê graça
Terra arde esquenta.
O rio lento para, seca
O planeta vira cinza
Toda hora é incerta.
Deus não se brinca.
Homem com ganância.
Sofre, geme, não respira
Mas a morte à distância,
Não passará dos trinta
Lá longe, vê-se o escuro
Onde tudo era um verde
Resta vida atrás do muro
Futuro morrendo de sede
No sétimo dia da criação,
O planeta enfim se desfez
Ao rezar a última oração
Deus arrependeu de vez.
Peruíbe SP, 29 de
setembro de 2024
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