Não gosto de me gamba,
ou melhor, de me gabar. De vez em quando, adoro receber um elogio. Quando vem
do fundo do coração, tem um sabor especial. O elogio é filho primogênito de
gratidão. Ele nos estimula a continuar na luta daquilo que almejamos. Só não aprecio,
quando vem banhado de falsidade. Não tem valia e nada acrescenta no meu
desenvolvimento espiritual.
Ultimamente, tenho observado que o
monarca do “Reino Caiçara” tem sido coroado com toda sorte de elogio por parte
dos súditos e, em especial, dos tabloides e de alguns blogueiros. É certo que,
desde que ascendeu ao trono, ele tem se esforçado para melhorar a
infraestrutura e a imagem do reino. Sejamos justo, se compararmos com as
administrações anteriores, houve uma acentuada melhora.
Embelezar as ruas das províncias,
para encantar os olhos dos visitantes, pode fazer parte da mudança, mas não é
tudo. É gritante atender outras necessidades urgentes, tais como, saúde,
educação, habitação, segurança, meio ambiente, turismo, agricultura, etc. e
tal. É preciso ter olhar de lince, para detectar os desejos do povo. Por isso,
os ministros e os membros do primeiro escalão, devem ser escolhidos a dedo pelo
rei.
Tenho notado que após a posse, o
rei trouxe consigo, alguns vícios pecaminosos e abomináveis de seus
antecessores. Sobre isso, já tenho dissertado em algumas peças de arquitetura
anterior. Vossa Majestade começa a sentir o sabor adocicado que vem dos lábios
de bajuladores e de crápulas, travestidos de benfeitores. Até hoje, o monarca
não recebeu, na sala do trono, este súdito, para uma conversa informal, fora da
agenda, como acontece em outros reinos.
Mas o que me chama a atenção é o
fato de o Rei Fabrício divulgar, através da imprensa marrom, que foi de pinico
na mão, pedir dinheiro para outros reis. Disse que o dinheiro era para investir
na infraestrutura das províncias. Não seria mais fácil ele recorrer a Suprema
Corte, a fim de processar os ladrões dos reinos anteriores? Além de levá-los
aos cárceres da masmorra, também repatriar todas as patacas surrupiadas dos
cofres públicos.
O Primeiro Ministro, do governo
daquela rainha insana e incompetente, desfila garbosamente por ai, ostentando o
luxo e rindo do povo, como se nada tivesse acontecido. Outro dia, encontrei um
ex-candidato ao reino, nascido na Província do Caraguava, o qual se portava
como um vassalo comum entre o povo. Lembro-me que, quando ele postulava a
coroa, juntou-se à pior corja da sociedade caiçarense. Mafiosos, policiais
corruptos e comerciantes desonestos, faziam parte da trupe, por ele
comandada.
Não adianta buscarmos alento no
Parlamento (Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns), porque está infectada pelo
vírus da desonestidade e acometida de uma doença endêmica, chamada corrupção. E
ficamos nós aqui, peça de manobra, lamentando pelos cantos da vida, a falta de
justiça. Há comentários pelas ruas e pelos becos das províncias, que, a
qualquer momento, o exército real, tomará o poder e colocará a monarquia no
eixo. Já há um clamor público, porque ninguém aguenta mais tanto desmando.
Vossa Majestade, o Rei Fabrício,
deve urgentemente ajuizar uma ação civil pública contra todos aqueles que
surrupiaram os cofres públicos, deixando o povo jogado ao revel da sorte e naufragado
no lodo da miséria. Por ser um nobre causídico, o Monarca sabe que todos eles
cometeram o “Crime de Lesa-Pátria”. Eles devem ser julgados em praça pública e
antes de subirem ao cadafalso, a fim de serem guilhotinados, devolverem o que
da nação, fora tirado.
Devo apenas lembrar a Vossa
Majestade que, não tem por costume, receber pessoa do povo, assim como eu, a
seguinte assertiva: “Justiça tardia é justiça nenhuma”.
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