Preciso parar com essa
mania de ficar me preocupando com tudo. É certo que não vou conseguir arrumar o
mundo. O que vou conseguir, na realidade, é ganhar uma úlcera nervosa ou um AVC
indesejado. Mas, por mais que eu queira, não consigo fugir das questões do
dia-a-dia. Desde a infância, sou uma pessoa inquieta e sempre paguei caro por
isso. Não consigo ficar sentado à beira do caminho, vendo o mundo passar numa
sangria desembestada.
Não consigo me conformar com a
passividade das coisas. Faço perguntas e mais perguntas, sobre o que acontece
ao meu derredor. São as perguntas que movem o mundo e não as respostas. Os
cientistas, pensadores, filósofos, matemáticos e os poetas, nascem dos
questionamentos e do inconformismo. São esses loucos e inveterados, que fazem o
mundo girar e evoluir. O mundo não os compreende, mas eles compreendem o mundo.
Melhor que seja assim.
Outro dia, numa das minhas
divagações, passei a me preocupar com a camada de ozônio. “Para que serve aquele troço?”,
perguntei. Só de pensar, ativei minha inquietação. Lá fui eu correr atrás de
livros científicos e de pesquisas virtuais. Descobri que a camada de ozônio é
uma área da estratosfera (altas camadas da atmosfera, de 25 a 35 km de altitude),
que possui uma elevada camada de ozônio. Esta camada funciona como uma espécie
de “escudo protetor” para o planeta Terra, pois absorve cerca de 98% da
radiação ultravioleta de alta frequência
emitida pelo sol. Sem essa camada a vida humana em nosso planeta seria
praticamente impossível de existir.
Em 1983, pesquisadores fizeram uma
descoberta que gerou muita preocupação: havia um buraco na camada de ozônio na
área da estratosfera sobre o território da Antártica. A existência de buracos
na camada de ozônio é preocupante, pois a radiação que não é absorvida chega ao
solo, podendo provocar câncer de pele nas pessoas, pois os raios ultravioletas
alteram o DNA das células. Não dormi por vários dias, depois da bendita
pesquisa. Por que fui caçar sarna para me coçar?
Curiosamente, andando pelas ruas
do Reino Caiçara, deparei-me com uma infinidade de buracos. Então, mais uma
vez, vieram perguntas inquietantes para um cérebro que não dorme. “De
onde vieram tantos buracos e quais as consequências danosas para o reino?”.
Corri até o Palácio Real, a procura de
cientistas (engenheiros, políticos e aspones), onde gritei por uma resposta plausível.
Ninguém me atendeu, portanto, sai decepcionado e sem entender o porquê dos
buracos.
Já em casa, fui buscar resposta no
meu “Dicionário de Aches”, isto é, de achar, descobrir. Então, depois de uma
longa pesquisa científica, descobri que os buracos vieram das licitações fraudulentas,
da péssima qualidade do material usado e da falta de fiscalização na execução
da obra. Descobri, também, que com o passar do tempo, a chuva, o vento e o uso
constante, fez com que os buracos aumentassem em tamanho e profundidade.
Quais seriam as consequências da
não observância do que estava acontecendo e do não reparo? Resposta: danos materiais
em veículos e pessoas. “Elementar meu caro Watson!” Assim como na camada de
ozônio, os buracos causam danos irreversível, os do Reino Caiçara, causam danos
materiais e políticos irreparáveis. Descobri, também, um buraco financeiro
gigantesco intra-palácio, que pode abalar eternamente a monarquia. Se o novo
rei, não fizer reparos urgentes nesse buraco, à monarquia vai se afundar cada
vez mais.
Uma vez descoberto o problema, os
cientistas debruçam em pesquisas, em busca de soluções imediatas, a fim de
reparar os danos causados ao planeta. O mesmo se deve esperar do rei e de seus
auxiliares direitos. Reparar os danos causados nos buracos das ruas é urgente.
Porém, mais urgente ainda, é cuidar de estancar o buraco financeiro, pois se
esse continuar aumentando, o Reino Caiçara se afundará num despenhadeiro sem
fim.
Se isso acontecer, o Reino Caiçara
será apenas um quadro pendurado na parede. Nossa, como dói!
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